sábado, 5 de maio de 2012

Compras no supermercado

Bom, para aqueles que acabaram de chegar e tudo no supermercado é novidade, aqui vão algumas dicas para ajudar a encontrar alguns itens básicos da culinária brasileira.
Antes de mais nada, vale lembrar que como, “teoricamente” (e eu uso milhões de aspas aqui porque não passa de teoria, aqui em BC) o Canadá é um pais bilíngue, todas as embalagens vem com instruções nas duas línguas: inglês e francês. Isso nos ajudou em diversos momentos, pois quando nos deparávamos com algum alimento que não conhecíamos o nome em inglês, o nome em francês, por ser uma língua latina também, acabava apresentando a escrita muito parecida com o português. Então, se ficar na dúvida quanto a isso, não hesite em virar a embalagem e tentar ler em francês, mesmo se não souber nada em francês, como é o nosso caso.
Fermento em pó/ pó royal: demoramos bastante para encontrar fermento em pó nos supermercados, principalmente porque nem a embalagem nem o nome são parecidos. Descobrimos que aqui eles usam o Baking Powder como fermento em pó, mas vale lembrar que ele é bem menos concentrado que o nosso fermento em pó. Então, se quer fazer uma receita na qual vai apenas uma colher de chá de fermento em pó, com o baking powder você precisa adicionar várias colheres de sopa. Mas não digo especificamente o quanto, porque isso depende de cada cozinheira. Mas afirmo que se colocar apenas o que sugere sua receita, o bolo não vai crescer nada e vai embatumar.

Fubá: eles não têm o nosso conhecido fubá, que é a base de muitos pratos tradicionais brasileiros, mas sim um preparado para fazer polenta pré-pronto. Claro que se você quiser fazer polenta, é tranquilo e parecido, mas qualquer outra coisa que você queira fazer não dá muito certo, tipo farofa, broa, bolo de fubá (não estranhem, sou filha de mineira mesmo). A farinha de milho também não tem, pelo menos ainda não encontramos (e olha que estamos procurando em quase todos os mercados da cidade). Na verdade, eles são bem preguiçosos aqui e cozinham muito pouco e quando o fazem, geralmente, usam alguma mistura já pronta, como mistura para chocolate quente, mistura para cookies, mistura para brownies, por isso é mais difícil de encontrar os ingredientes básicos.
Leite condensado: para minha alegria, aqui tem sim, em qualquer supermercado o leite condensado, ao contrário do que ouvimos, que o Brasil é um dos poucos países que tem leite condensado. Mas ficam aqui algumas dicas: a lata é mais cara que no Brasil, é menor e tem pouquíssimas marcas. Por isso, fiquem atentos, porque o brigadeiro pode render pouco. Ah! E cuidado para não confundir com evaporated milk (que seria o leite em pó), porque eles tem embalagens muito parecidas e o preço do segundo é mais em conta.

Arroz/feijão: o nosso prato diário é muito fácil de se fazer por aqui. O arroz é parbolizado, mas eu o achei bem mais palatável que o arroz europeu, ou, então, eu já to aqui tempo bastante para não mais lembrar o gosto do arroz normal. Já o feijão também é vendido em grãos, em embalagens fechadas ou à granel, mas o que compensa mesmo é comprar o feijão já cozido em lata. Tem diversos tipos de feijão e você só precisa refogá-lo, o que ajuda muito pra quem não tem panela de pressão, como é o meu caso.
Carne: não é a minha especialidade, vou confessar que meu marido é quem entende disso, é ele quem vê os tipos, os preços e os cortes. Mas o interessante é que ele encontrou na internet um quadro comparando os nomes das carnes vermelhas daqui com os nossos cortes. Isso ajuda muito na hora de saber se a carne que você comprou é para fazer bife ou carne de panela. Mas de modo geral, as carnes não são caras. Pelo contrário, dependendo das promoções, você consegue comprar carnes boas por preços bem mais em conta que no Brasil (isso convertendo até). Isso porque as carnes, leites e derivados vem de Alberta, que é o estado vizinho e, pela proximidade, o valor não fica tão absurdo assim. Sei que em Montréal a carne é muito mais cara que aqui.


 Promoções: a maioria dos mercados daqui fazem folhetos de promoções semanais, nos quais alguns produtos ficam com valores muito mais acessíveis, durante aquela semana. Claro que dá trabalho ficar consultando toda sexta-feira (dia em que as promoções começam) quais produtos são mais vantajosos comprar, mas para quem tem o orçamento doméstico apertado como o nosso e, principalmente, é estrangeiro, acho que vale o esforço, principalmente porque os produtos que entram nas promoções são em torno de 50% mais baratos.
Frutas/ verduras: isso não tem jeito mesmo: o Brasil possui melhores frutas, maior diversidade e melhores preços. Pra não ser injusta, a uva seedless (conhecida uva thompson) é mais barata aqui. Também, não é justo comparar um país tropical como o nosso com um país gelado como o Canadá. A grande maioria das frutas/verduras são importadas dos EUA, México, América Central, mas já vi manga importada do Brasil (única coisa, por enquanto) e blueberry (mirtilo) do Chile (o que me chamou muito a atenção, porque é de se pensar que pelo menos o blueberry seria produzido aqui).
Bom, de modo geral, as compras de supermercados não são caras. Cozinhar aqui vale muito a pena, o que é caro mesmo é comer fora (isso porque a mão-de-obra é muito cara). Os produtos nacionais, como frutas/verduras, carnes, leite, eletrodomésticos, eletrônicos e outros, são orgulhosamente diferenciados com um selo na embalagem; claro que são mais caros, mas mexem com um orgulho patriota do consumidor canadense.  Fazemos compras de supermercado toda semana, incluindo frutas e carnes e não é nem um pouco pesado no final do mês. Seria muito mais caro, por exemplo, almoçar ou jantar fora todo dia. Já o que minha mãe chama de porcarias, que são as bolachas, cookies, sorvete, batata chips, pringles, essas sim são, consideravelmente, mais baratas que no Brasil, até convertendo. O ruim é quando essas porcarias entram nas promoções, daí não tem como evitar aqueles quilinhos a mais no final do mês.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Animais em Vancouver

Qual a primeira coisa que você pensa quando ouve falar no Canadá???
Ursos!!!
Ok, a primeira coisa que se pensa é que é frio pra caramba, 30km de neve por dia e cercado por grandes lagos. Mas quando se pensa em animais no Canadá, não tem como pensar em outra coisa, a primeira coisa que pensamos é que existem ursos por toda parte, desde a lata de lixo na frente das casas até os parques e praças.
Bem, não é bem assim. Pelo menos não em Vancouver. Mais pro interior da Columbia Britânica talvez isso seja mais comum. Porém, em Vancouver, por ser cidade grande, a coisa é um pouco diferente: a chance de você encontrar com um urso andando na rua é quase zero, embora, em dezembro de 2011, um pouco antes do Natal, um urso pardo foi avistado dentro de uma caçamba de lixo, no centro da cidade. Mas isso só ocorreu porque ele foi trazido, por engano, por um caminhão de lixo de North Vancouver. Mas isso é coisa extremamente fora do comum.
Segue abaixo o link do vídeo do urso em downtown – Vancouver.
Falando nisso, em North Vancouver é mais provável de ver ursos, isso porque lá existem diversos parques com matas fechadas. Vários destes parques afastados do centro possuem avisos de alerta para o possível encontro não só com ursos, mas com coiotes e outros animais selvagens também.
Alerta para o encontro com coiotes e ursos pretos, no Lynn Canyon Park

Os coiotes, no entanto, são avistados inclusive em parque de Vancouver. Ao longo do tempo, com o desmatamento e a destruição do habitat natural, para o crescimento das cidades, criou-se um ambiente aberto e propício para os coiotes, que atualmente, já são cerca de 200 indivíduos só em Vancouver. Na natureza, eles são onívoros, ou seja, se alimentam de pequenos mamíferos, frutos, brotos e frutas, enquanto que na cidade, sua alimentação é basicamente carnívora: esquilos, guaxinins e inclusive (para minha surpresa)pets. A destruição do seu habitat natural e a abundância de alimentos nas cidades, forneceram condições para que os coiotes se instalassem pelos parque, reservas e praças das cidades. Mas o que não falta é panfleto explicativo, indicando se é possível ou não avistá-los e o que fazer caso você os encontre.


Alerta coiotes! No Queen Elizabeth Park

 Quanto aos ursos, é mais comum encontrar os ursos pretos em parques e reservas próximas aos centros urbanos, enquanto que o grizlle, que é o urso pardo, é mais comumente encontrado em altitudes maiores, como picos de montanhas e arredores de estações de esqui. Nestes lugares, também existem placas sinalizando e panfletos auxiliando ao que fazer e o que não fazer caso encontre um urso. Estou torcendo muito por esse encontro!

Mas para o interior da Columbia Britânica há um projeto que se chama Bear Aware ( http://www.bearaware.bc.ca/ ): é um projeto do governo bem bacana que explica bem detalhadamente o que fazer para ter uma casa "à prova de ursos”, para não atrair ursos para seu quintal; o que fazer caso um urso seja visto no bairro; há também o mapeamento dos lugares mais visitados pelos ursos e outras dicas. Tratam-se de cidades bem menores e com florestas próximas `as casas; por isso, árvores frutíferas, restos de comida na churrasqueira e comida de cachorro acabam atraindo a atenção dos ursos, que vem pela maior oferta de alimento. O site, inclusive, cita estudos que dizem que alguns ursos estão diminuindo ou deixando de hibernar, justamente pela oferta de alimento constante oferecidos pelos centros urbanos, durante o inverno. Isso é uma coisa extremamente séria, que mostra o tamanho do impacto dos seres humanos sobre a natureza.
Lixeira "à prova de ursos" no Lynn Canyon Park

Não é legal alimentar nenhum tipo de animal selvagem - Mundy Park, Coquitlam.

Vale lembrar que Vancouver é uma cidade, assim como North Vancouver, West Vancouver, Burnaby são outras cidades. Muita gente confunde isso e acha que se trata de bairros ou distritos de Vancouver. Se você gosta de ski, snowboard e outras atrações de estações de ski, então a cidade que você procura é North Vancouver. Lá o que não faltam são atrações. E a proximidade com Vancouver também ajuda muito no turismo.
Mas, caso não veja esses animais selvagens, com certeza você verá muitos esquilos (eles são bem comuns, sendo facilmente avistados inclusive em Downtown), albatrozes (por ser cidade litorânea, é muito comum encontrá-los aos montes por aqui), corvos, guaxinins (mais raramente), diversos patos, cisnes, pássaros, águias (incluindo a bald eagle, que é a águia símbolo da América do Norte) e se der sorte, leão marinho (até agora, vimos uma vez e foi mágico!).
Vancouver é uma cidade lindíssima; é onde você pode esquiar e mergulhar no mesmo dia e além disso, também tem a fama de ser uma das cidades com mais verde por m2. Isso, pra minha alegria de bióloga, atrai muita vida animal e uma diversidade bem grande, mesmo para um centro urbano.
E isso considerando que estamos no início da primavera ainda. É lindo ver a abundância de animais nas ruas, praças e praias aumentando.  Acho que no verão haverão muito mais.
Esquilo em West End 
Albatroz na English Bay 
 Lost Lagoon - Stanley Park
Esquilos no Stalney Park 
 Bald Eagle
Águia - Stanley Park 
Albatrozes na English Bay

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Um pouco sobre a cidade...

Welcome to Vancouver! Ou melhor dizendo, welcome to RAINcouver.  Sim, Vancouver chove muito, mas muito mesmo. Não é aquela chuva de verão, forte e passageira, com barulho, trovões e relâmpagos, mas sim uma chuvinha quietinha, fininha e constante. Pode ficar semanas e semanas sem abrir o tempo, só chovendo. No entanto, não se surpreenda se de uma hora pra outra, ou de um dia para o outro, o tempo abrir rapidamente, do nada. Aqui, por ser um clima muito influenciado pelo oceano, o tempo é muito instável. Por isso, sempre leve um guarda-chuva na bolsa. E principalmente: não espere a chuva passar para fazer alguma coisa. Se você for esperar toda vez, vai acabar não fazendo nada. É justamente por causa disso, de chover muito, que a temperatura não cai tanto, como nas outras regiões do Canadá. Quando faz sol, com céu azul, sempre esfria mais, enquanto que dias chuvosos seguram mais a temperatura, que ficam em torno do 0°C. 
Poema gravado em uma pedra, em uma das praias da Kits (região bem turística)

O lado bom da estação chuvosa ser o inverno é que você está com tanta roupa, que acaba nem sentindo muito a chuva. Mas mesmo assim, é imprescindível ter um sapato e uma jaqueta impermeáveis, caso contrário, isso pode realmente estragar seu dia.
Mas uma vez que você se acostumou com a chuvinha, vai perceber que Vancouver é uma cidade muito bonita, com moradores muito simpáticos e solícitos. Mais de uma vez, quando andávamos pela rua procurando apartamento para alugar, meu marido e eu fomos abordados por moradores oferecendo ajuda, simplesmente pelo fato de estarmos com um mapa da cidade aberto nas mãos. É um comportamento super simples, mas que nos surpreende, pois por medo, as pessoas acabam esquecendo e evitando de se comunicarem e interagirem nas ruas, por morararem em uma cidade violenta no Brasil.
Outra coisa muito comum por aqui, também, são os cachorros, é uma cidade “dog friendly”. Não há um dia que a gente tenha andado pelas ruas e não veja não só um, mas vários donos passeando com seus cachorros. Mesmo em bairros com muitos apartamentos, como é o West End, há muitos cachorros; os prédios sinalizam na entrada “pet friendly” ou “no pets” e por morarem em apartamentos, os donos levam seus cachorros para passear com maior freqüência. Os cachorros aqui são super educados e muito bem ensinados, com donos muito exigentes.
Encontramos os dois andando pelo Stanley Park (o cachorro era super divertido, não queria parar de correr atrás do Gu... E ai se ele parasse)

Nelson Park, em Downtown, aonde é permitido cachorros sem coleira

Alguns passeiam sem coleiras, outros os deixam amarrados do lado de fora de alguma loja, enquanto fazem compra rápida, o que é proibido aqui. Esse assunto de proibição causou muita polêmica, esses dias, pois os policiais, ao invés de fazerem vista grossa, como era de costume, passariam a aplicar multas em donos que deixassem cachorros amarrados do lado de fora de comércio. O governo alega que é perigoso para os pedestres passarem perto de cachorros sem seus donos por perto, mesmo que amarrados, pois, por mais que sejam ensinados, não se sabe o comportamento que o cachorro terá. No entanto, já passamos perto de vários cachorros amarrados e isso nunca foi um problema. Enfim, aqui o que não faltam são parques e praças aonde se podem passear com cachorros sem coleiras, inclusive praias. Principalmente os labradores, não importa o frio que esteja, eles se alegram toda vez que vão buscar um pauzinho de madeira no mar.
Praia da Kits aonde é permitido cachorros entrarem na água (que gracinha!)

Entretanto, em parques mais afastados, normalmente, é proibido passear com cachorros sem coleira, pela abundância de vida selvagem, como pássaros, patos, esquilos, coiotes e até ursos.
Outra característica do povo daqui é que eles gostam muito de se exercitarem, não importa a hora do dia, se está chovendo ou não, se está muito frio, se está no horário comercial... não importa, eles estão correndo, andando de bike, andando de patins...Enfim, estão sempre se mexendo. Principalmente quando sai o sol, aí sim as pistas de corrida e bicicleta ficam cheias. Falando nisso, há em boa parte da cidade, uma faixa de bicicleta nas ruas, ao lado das faixas dos carros e há também, próximo ao mar, em toda orla, desde o Coal Habor (aonde fica a marina), passando pelo Stanley Park, a English Bay, Kitsliano até a UBC, o que eles chamam de "seawalk", que são pistas de corrida e bike/patins. Essas são regiões com paisagens de tirar o fôlego.

Sinalização de bike e pedestres na orla da English Bay

E não importa se você tem vontade de correr de noite e no inverno, você não estará sozinho. Há também, em diversos parques, quadras de tênis, basquete, piscina pública, hockey de quadra e golfe, o que também estimula a prática de exercícios.
Meu amor olhando uma das quadras de hockey, perto do Queen Elizabeth Park

Quadras de tênis no Stanley Park

Pelo fato da cidade ser muito bonita e também por ter estúdios de cinema mais em conta (que Hollywood pelo menos) vários filmes já foram gravados por aqui: O quarteto fantástico, Iron Man, Arquivo X, Rambo, Eu Robô, Todo Mundo em Pânico, Wolverine, Rocky 4, O Dia que a Terra Parou, Efeito Borboleta, a série Fringe e outros. Não é raro encontrar por aí notas avisando que, em um determinado local, haverão gravações de filmes.   
Ah! E eu também não podia deixar de comentar que eles são completamente apaixonados pelo local que vivem. Tanto, que até nas placas dos carros está escrito “Beautiful British Columbia” (a placa é relativa à província e não à cidade).

Placa de carro (calma! não é muito comum nevar por aqui)

Bom, acho que falei bastante da cidade. No próximo post vou falar um pouco mais sobre os animais.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Alugar em Vancouver

Como você certamente irá perceber, Vancouver é uma das cidades mais caras do mundo. Até o ano passado, Vancouver era a cidade mais cara do Canadá. Ela acabou de ser substituída por Toronto, segundo pesquisa realizada em 2011. Mas ser o segundo lugar não alivia muito em nossos bolsos.
Umas das coisas que você, provavelmente, irá sentir pesar mais no seu orçamento será o aluguel. Como eles mesmos dizem: o aluguel “is freakly expensive”.
Mas vamos com calma. Não desanime, porque aqui vão algumas dicas de como conseguir encontrar um lugar bacana.
Primeira dica importantíssima: evite procurar lugar para ficar aqui em Vancouver estando ainda no Brasil. É importante dar uma olhada no lugar, porque a gente viu cada coisa estando aqui.. Sem contar que o senso de limpeza e higiene deles é diferente do nosso, talvez não tão ruim quanto dos americanos, mas com certeza pior que o nosso. Por isso, vale a pena ficar alguns dias em hotel/hostel enquanto procura um lugar.
Outra dica bacana é: escolha uma região que mais te agrada (talvez pela proximidade do seu trabalho, escola ou com o centro da cidade, facilitando no transporte) e saia caminhando pelas ruas. Parece loucura, mas não é. É o modo mais fácil de encontrar apartamentos para alugar. Eles costumam colocar, na frente dos predinhos, placas sinalizando se há vagas e qual o tipo de apartamento que é (bachelor/studio/ 1 ou 2 bedrooms), juntamente com o telefone. Vale muito a pena já aproveitar e interfonar ali no prédio mesmo para o “manager” (espécie de síndico) que é quem irá dizer o valor e te mostrar o lugar, caso te interesse. E caso o manager não esteja, vale anotar o telefone e ligar mais tarde. Isso também facilita, pois assim, você só agenda para ir conhecer aqueles lugares em que o aluguel couber no seu bolso.

                                       Estilo de prédio bem comum por aqui.
 

                               Placas, em frente aos prédios, indicando que há vagas.


              

                                          

Outra dica legal ainda é entrar no Craiglist de Vancouver (http://vancouver.craigslist.ca/). Para quem nunca ouviu falar, esse é um site aonde se vende e se compra de tudo. Absolutamente de tudo, até vaga de emprego tem lá. Com ele, dá para se ter uma idéia do valor médio do aluguel por região, o que também facilita a escolha da região. Aqui, não tem muita interferência de imobiliária para se alugar, é negociado o valor diretamente com o manager e paga-se para ele, mensalmente. Em alguns lugares, o manager entrevista a pessoa antes de alugar o apartamento. 
Mas cuidado que tem alguns anúncios falsos. Quando estávamos procurando um lugar para alugar, meu marido encontrou um anúncio de um apartamento de um quarto, mobiliado, com tudo incluído (internet, energia, aquecimento e água quente – os últimos dois são extremamente importantes), em Yaletown (que é um dos bairros mais chiques e caros da cidade) por $800,00/mês (esse valor é muito barato). O dono alegava que tinha urgência em alugar e que iria passar 3 anos no exterior, por isso este valor em conta. E até colocou fotos do lugar limpo, arrumado e com móveis novos. Mas aí que veio o detalhe: ele pedia um "seguro depósito" (valor pago, obrigatoriamente e, caso você não quebre nem destrua nada, é devolvido no final da sua estadia) duas vezes maior que o normal, além de cobrar, no momento do contrato, dois meses adiantados. Ficamos intrigados com este anúncio e resolvemos ir conhecer o apartamento, logicamente, só do lado de fora, pois o dono estava com a chave do lugar no exterior e só a enviaria depois que o depósito fosse realizado. E para a nossa surpresa, descobrimos que o lugar não existia! Existia a rua, mas não existia o número do prédio. Então, aqui ficam duas outras dicas: sempre suspeite de papai-noel em anúncio imobiliário e o valor do seguro depósito nunca deve ultrapassar a metade do valor do seu aluguel. Tem malandro em todo lugar. O que acontece é uma exigência, quando se assina o contrato, de estadia mínima no lugar, em torno de 6 meses (se você sair antes, o seguro depósito não é devolvido), mas nunca é pedido pagamento adiantado de 2 meses de aluguel.
Com relação às coisas incluídas no aluguel, quase sempre estão água quente e aquecimento. Internet, geralmente, você escolhe a operadora e paga a parte e não se assuste se a energia não estiver incluída, é super barata. Em casa, cozinhamos sempre, usando o forno, TV, computador, etc e nunca vimos uma conta maior que $20,00. Claro que depende da quantidade de aparelhos eletrônicos que você tenha, mas o ruim, quando a energia está incluída no aluguel, é que, se em um determinado mês, você gastar menos energia, o valor do aluguel continua o mesmo. Geralmente lugares mobiliados e os chamados de “basement” trazem o pacote completo já incluído no aluguel. “Basement” é um quarto, no porão de uma casa, que é alugado, mas neste caso, a cozinha, lavanderia e outras “facilities” são divididas com os donos. Por isso, já inclui internet, energia, aquecimento, água quente e etc. O térreo das casas daqui é um pouco acima do chão, com escadas, por isso, o porão geralmente, tem janela e é iluminado. 

                                          Estilo de casa bem comum por aqui.



                                      Entradinha lateral para o "basement". 
        

Ah! Aqui, até os apartamentos não mobiliados já vem com fogão e geladeira. Demos sorte porque nosso apartamento tinha acabado de ser reformado e o fogão e a geladeira eram novos. Mas essa é uma questão bem interessante: acho, sinceramente, que não compensa alugar mobiliado. Muitos dos móveis que temos em casa conseguimos de graça, doado por antigos moradores do prédio e também por uma vizinha que não mais queria aquele modelo de sofá. E as demais coisas, como talheres, panelas, copos e etc. são muito baratos, muito mais em conta que no Brasil, sem contar que tudo isso pode ser levado embora depois. Então, talvez valha a pena gastar um pouco mais no primeiro mês, comprando essas coisas pequenas (acreditem, eles doam muita coisa boa! Além daquelas vendas de jardins que vende muitas coisas a preço de banana) e economizar no aluguel nos próximos meses.
Bom, são essas as dicas mais importantes... próximo post eu falo mais sobre a cidade.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Bem-vindo!

Olá a todos!
Eu e meu marido, Gabriel, estamos morando em Vancouver – Canadá e só quem mudou para outro país sabe o quanto é complicado este processo, ainda mais com os guias de turismo não explicando coisas práticas, do dia-a-dia, auxiliando pouco na questão viver e mais na questão visitar. Nem estava pensando no processo de sair do Brasil: passaporte, visto, passagem. Estávamos pensando na instalação e adaptação a um lugar bem diferente ao que estamos acostumados.
Então, como alguns outros blogs nos ajudaram tantas vezes, eu e meu marido decidimos escrever este blog para ajudar tantos outros brasileiros que passam por situações parecidas com as nossas.
Aqui, iremos dar algumas dicas, algumas roubadas e barbadas (sei que esses termos são usados no Guia do Mochileiro Independente, mas como eu adoro esse guia, vale a pena copiar) e algumas curiosidades que aprendemos vivendo aqui.
Provavelmente, as coisas que iremos dizer não serão iguais em todo Canadá. Como moramos em Vancouver, pode ser que ainda na British Columbia (que é a província) sejam iguais, mas com certeza, devem ser diferentes em outros lugares, especialmente em Québec. Especialmente não porque lá é tudo diferente, mas por ter sido colonizada pela França, acreditamos que lá tem um ar um pouco mais europeu (principalmente Montréal), enquanto que o resto inglês do Canadá é mais parecido com o U.S.A. Isso é o que o pessoal fala por aqui, também nunca fomos para lá pra saber. Também pretendemos colocar algumas dicas de turismo, um pouco mais além do que os guias falam e que tivemos que aprender na marra.
Além disso, queremos também que este blog seja um meio de comunicação entre nós e nossas famílias e amigos queridos que estão no Brasil. Claro que, às vezes, vai parecer que a idéia principal deste blog é essa (e também quem vai dizer o contrário, já que é tão difícil ficar longe de quem amamos), mas como várias vezes fomos salvos por outros blogs, sentimos a obrigação de repassar nossa experiência aqui.
Bom, chega de blábláblá. Esperamos que vocês gostem e que seja útil!